E aqui estou. Acho que esse é mais ou menos o décimo Dia dos Pais
que não passo do lado do meu grande criador. Do cara que mata um leão
por dia. Ainda lembro da última vez que vi meu pai antes dele partir
para o velho continente, era uma manhã de algum dia da semana, a
empregada me avisou que ele estava em frente a casa, ai fui lá,
conversei um pouco com ele. Ele me abraçou e partiu. Acho que só fui
saber que ele tinha ido morar em outro continente depois de alguns
meses. Era criança não entendia direito o que eram os sentimentos.
Saudades pra mim remetia a ficar sem meu video game por todo o final de
semana. Agora sei muito bem o que é saudade como ela funciona e como ela
me atinge.
E sempre em uma tarde como outra qualquer esse sentimento aparece a
tona e vem me incomodar. Lógico, não sinto só saudades do meu pai. Mas
dele é muito mais complicado porque é uma das poucas pessoas que mesmo
que me esforce, não consigo ver com facilidade.
Os dias vão passando e a medida que as coisas vão se tornando
realidade tudo fica extremamente mais complicado, e o pior. O tempo está
voando. Parece que foi ontem que estava indo para Curitiba logo após o
Natal em família.
Só que tem tempos em que está tudo tão frio, complicado, porque ai os
minutos custam a passar, a vida fica sem graça e sem cor. Nesses dias,
falta luz, as noites se tornam intermináveis e tão mais triste do que
costumavam ser. O sorriso que normalmente saia em qualquer brincadeira
agora custa a sair. Não quero mais lembrar, não quero mais sentir, não
quero passar por tudo isso. Quero que esses dias passem rápido, quero
fechar os olhos e só voltar a abri-los quando o dia tiver cor e voltarem
a brilhar como antes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário